Gabarito Extraoficial PRF: Língua Portuguesa

Ontem (11), aconteceu a prova objetiva e discursiva do concurso da Polícia Rodoviária Federal. O concurso oferece mil vagas para o cargo de Policial Rodoviário Federal com remuneração de R$ 6.479,81, por mês. E, para acalmar os concursandos  de todo o Brasil, o o AlfaCon realizou  a correção do Gabarito Extraoficial da PRF. Para se ter uma ideia, nós tivemos, durante a transmissão do evento, aproximadamente 15 mil alunos conectados ao mesmo tempo assistindo.

Mas, se você não teve tempo de acompanhar toda a transmissão, confira em nossas postagens o gabarito completo, começando com Língua Portuguesa. Mas se preferir, você pode adquirir o curso completo: http://goo.gl/YurVXT

Gabarito Língua Portuguesa:

Questão 01:

O objetivo do texto, de caráter predominantemente dissertativo, é informar o leitor a respeito do surgimento da “Bomba limpa” (l.8).

Gabarito: ERRADO.

Comentário: apesar de o texto ser, de fato, predominantemente dissertativo, o objetivo não é informar o leitor sobre o surgimento da bomba limpa, mas sim estabelecer uma crítica ao termo que utilizaram para denominar a bomba.

Questão 02:

Tendo a oração “que” e supera a si mesma a cada dia” (L.3-4) caráter explicativo, o vocábulo “que” poderia ser corretamente substituído por pois ou porque, sem prejuízo do sentido original do período.

Gabarito: CERTO (com ressalvas).

Comentário: a palavra “que” na oração em questão pode ser classificada de duas maneiras distintas: como pronome relativo ou como conjunção coordenativa explicativa. Como existe uma vírgula antecedendo a palavra em questão, a natureza da oração é explicativa. Originalmente, a sentença apresenta uma explicação em relação ao que está escrito anteriormente. Por tal motivo, é possível afirmar que a substituição em questão não causará prejuízo para o sentido original da sentença.

Questão 03:

A visão do autor do texto a respeito das “bombas n” (L.17) é positiva, o que é confirmado pelo uso da palavra “lisura” (l.18) para se referir a esse tipo de bomba, em oposição ao emprego de palavras como “indisciplinadas” (L.16) e “mal-educadas” (L.17) em referência às bombas que liberam “estrôncio 90” (L.11), estas sim consideradas desastrosas por atingirem indistintamente países considerados amigos e inimigos.

Gabarito: ERRADO.

Comentário: evidentemente há uma ironia ao longo do texto. A visão do autor é que a bomba continua sendo negativa, apenas há uma mudança de nomenclatura em razão dos resultados produzidos.

Questão 04:

O emprego do acento nas palavras “ciência” e “transitório” justifica-se com base na mesma regra de acentuação.

Gabarito: CERTO.

Comentário: ci-ên-cia (paroxítona terminada em ditongo); tran-si-tó-rio (paroxítona terminada em ditongo). Entende-se com isso que a regra é a mesma.

Questão 05:

A forma verbal “podem” (L.8) está empregada no sentido de têm autorização.

Gabarito: ERRADO.

Comentário: a forma verbal significa que a possibilidade agora é concreta.

Questão 06:

A oração introduzida por “porque” (L. 10) expressa a razão de as bombas serem sujas.

Gabarito: CERTO.

Comentário: a palavra “porque” na frase em questão é uma conjunção subordinativa adverbial causal, ou seja, introduz a causa da oração antecedente. Para comprovar, basta fazer a permuta pela locução “já que”.

Questão 07:

Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a conjunção “e” em “e não por deficiência da ciência” (L.2-3), poderia ser substituída por mas.

Gabarito: CERTO.

Comentário: o sentido que a conjunção apresenta na sentença é adversativo, motivo pelo qual é possível afirmar que sua permuta pela palavra “mas” não prejudica o sentido tampouco a correção gramatical do texto.

Questão 08:

O trecho “Tempos atrás era tido como legítimo espancarem-se mulheres e crianças, escravizarem-se povos” (L. 11 -13) poderia ser corretamente reescrito da seguinte forma: Há tempos, considerava-se legítimo que se espancassem mulheres e crianças, que se escravizassem povos.

Gabarito: CERTO.

Comentário: no texto, houve a mudança do adjunto adverbial de tempo (tempos atrás – Há tempos), a inserção da vírgula para marcar o deslocamento sintático e o desenvolvimento das orações que se encontravam reduzidas (espancarem-se – que se espancassem etc.). Todas essas alterações não causam erro gramatical.

Questão 09:

Infere-se do texto que algumas práticas sociais são absolutamente erradas, ainda que o conceito de certo e errado seja variável do ponto de vista social e histórico.

Gabarito: ERRADO.

Comentário: o que o texto permite concluir é que as práticas sociais possuem um julgamento de juízo mutável ao longo da história, ou seja, não se pode falar em conceito “absoluto”. Não há indícios no texto que levem à inferência mencionada.

Questão 10:

Dado o fato de que nem eqüivale a e não, a supressão da conjunção “e” empregada logo após “inviolável”, na linha 10, manteria a correção gramatical do texto,

Gabarito: ERRADO (com ressalvas).

Comentário: apesar de haver a equivalência semântica mencionada no texto, a frase não se articula gramaticalmente apenas com sentidos, é preciso haver correção gramatical. Sem a conjunção em pleito, deveria haver a inserção de um ponto final para encerrar a ideia ou de uma vírgula para mostrar uma separação frasal.

Questão 11:

Devido à presença do advérbio “apenas” (L.18), o pronome “se” (L.17) poderia ser deslocado para imediatamente após a forma verbal “coloca” (L.17), da seguinte forma: coloca-se.

Gabarito: ERRADO.

Comentário: o deslocamento em questão não é possível, porque a palavra “não” (L.17) atrai o pronome oblíquo para perto de si.

Questão 12:

Sem prejuízo para o sentido original do texto, o trecho “esses comportamentos são publicamente condenados na maior parte do mundo” (L.15-16) poderia ser corretamente reescrito da seguinte forma: publicamente, esses comportamentos consideram-se condenados em quase todo o mundo.

Gabarito: ERRADO (com ressalvas).

Comentário: se houver opção por esse modo de escrita, haverá mudança no sentido original da sentença, visto que a posição do advérbio “publicamente” em relação ao adjetivo implica mudança de sentido. Veja o caso: publicamente condenados, condenados publicamente. A mudança em questão ainda traz outro sentido: toda a oração é circunstanciada pelo advérbio topicalizado na sentença. Além disso, há uma mudança na voz do verbo: a oração inicial traz um verbo na voz passiva analítica, com a mudança em questão a voz do verbo passa a ser reflexiva e o sujeito da ação vira o termo “esses comportamentos”.

Questão 13:

No trecho “o que consideramos bem” (L.3-4), o vocábulo “que” classifica-se como pronome e exerce a função de complemento da forma verbal “consideramos”.

Gabarito: CERTO.

Comentário: analisando morfossintaticamente, teremos: o (referente para o pronome “que”); que (pronome relativo que serve como objeto direto – complemento – do verbo considerar); consideramos (verbo transitivo direto com sujeito oculto); bem (advérbio substantivado que desempenha a função de um adjetivo – loucura!).

Questão 14:

Infere-se do período “Mas a opção (…) da mídia” (L. 17-19) que nem todos “os temas polêmicos” recebem a atenção dos meios de comunicação.

Gabarito: CERTO.

Comentário: a frase em questão é: Mas a opção entre o certo e o errado não se coloca apenas na esfera de temas polêmicos que atraem os holofotes da mídia. Atentando para a oração restritiva, entende-se que há outros temas que não estão nos holofotes da mídia, ou seja, não recebem atenção dos meios de comunicação. Se há uma restrição de temas, conclui-se que nem todos recebem a atenção.

Questão 15:

No texto, a expressão “pequenos e grandes” (L.20) não se refere a tamanho, podendo ser interpretada como equivalente à expressão “adultos e jovens” (L.1), ou seja, em referência a faixas etárias.

Gabarito: CERTO (com ressalvas).

Comentário: os adjetivos em questão poderiam fazer menção à importância, no que tange à caracterização de homens e mulheres. Como a questão fala em tamanho, abandona-se tal possibilidade. É mais correto pensar que essa variação serve para parafrasear “adultos e jovens” que aparece no início do texto.

 

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