Concurso IBGE: veja famosos que já trabalharam no Censo!
O edital do Concurso IBGE para temporários foi publicado! Você sabia que famosos já trabalharam no Censo? A gente te conta!
No dia 04 de julho, foi publicado o edital do concurso do IBGE para temporários e as inscrições já estão abertas! São 7.548 vagas de nível médio para os cargos de Agente de Pesquisas e Mapeamento e Supervisor de Coleta e Qualidade. Você sabia que alguns famosos já trabalharam no Censo? A lista inclui nomes como Ana Maria Braga e Pedro Bial, confira!
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Concurso IBGE: o que dizem os famosos que já trabalharam com recenseamento?
Confira, na íntegra, os depoimentos concedidos por algumas personalidades ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística:
- Ana Maria Braga, apresentadora
Em 1970, enquanto estudava para tentar uma vaga na faculdade, Ana Maria Braga encontrou na operação de recenseamento a oportunidade de faturar um dinheiro extra. Para isso, conta ela, encarou chuva, sol e calor batendo de casa em casa na cidade de São José do Rio Preto, no interior paulista.
“Eu estava me preparando para o vestibular em São José do Rio Preto e não tinha grana. Aí, apareceu a inscrição do IBGE para trabalhar no Censo, e fiz uma área, o bairro da Boa Vista, junto com mais quatro universitários. A gente batia de casa em casa. Naquela época, não tinha essa coisa de você receber mapa pronto pelo Google, então, eles davam uma área, como se fosse, aqueles mapas de cidade com rua, e aí você tinha que seguir com chuva, com sol, com calor.
Então, eu batia de casa em casa, ia sempre acompanhada de mais uma pessoa. Era preciso contar quantas pessoas moravam na casa, idade, profissão, escolaridade. Tinha de perguntar quantas geladeiras, se tinha geladeira, se tinha fogão, se tinha telefone, se tinha carro. Enfim, mas era um questionário bem complexo, e era tudo no papel, e você preenchia na mão tudo aquilo.
Quanto mais casas você visitasse, mais você terminava o seu trabalho, a cobertura de área. E, era um trabalho de confiança, porque a pessoa podia dizer que tinha ido, mas não tinha. Hoje em dia, deve ter métodos mais avançados, até gostaria de saber. Sei que eu ganhei, naquela época, uma grana que me ajudou muito no meu pré-vestibular.
Eu estudava até não sei que horas, de madrugada, pra poder prestar o exame pra entrar na faculdade. E, eu me lembro direitinho, me ajudou bastante, trabalhei muito, mas valeu muito a pena. Foi isso aí!”
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- Pedro Bial, jornalista e apresentador
Antes de se tornar conhecido como correspondente de guerra, o jornalista Pedro Bial, então aos 22 anos, foi contratado pelo IBGE para atuar no Censo de 1980. O trabalho serviu para moldá-lo “não só como cidadão, mas também existencialmente”, recorda.
“A minha experiência como recenseador no Censo de 1980, quando eu tinha 22 anos, foi um ritual de iniciação na vida adulta e no Brasil. Foi uma experiência de profundidade existencial e humana para mim, que me formou. É daquelas experiências que mudam a sua vida. Tem o antes e o depois daquele julho ou agosto de 1980, meio do ano.
A mim foi incumbido um quarteirão de Copacabana, no Posto 6, entre a Rua Barata Ribeiro e a Avenida Nossa Senhora de Copacabana, com muitos prédios com dezenas de apartamentos. Acho que, ao todo, fiz mais de centenas de apartamentos, fiz milhares. Ia batendo de porta em porta, entrando, vendo as mais diferentes configurações familiares, gente, pessoas, famílias, níveis de renda.
E, eu me envolvia, já com meu jeitinho de repórter, cumpria o formulário, mas ficava observando. Aquilo foi um filme, mais do que um filme, uma série, e que me preparou para a vida, para o Brasil, para profissão de repórter.
Me emocionei seguidas vezes. Foi um negócio extraordinário; e, quando digo que foi um ritual de iniciação, é porque eu ainda morava com a minha mãe e, durante o Censo, fiz o movimento de sair de casa. Fui à luta, era o ingresso mesmo na vida adulta.
A experiência do recenseador é, não só, a experiência de estar contribuindo para o projeto Brasil, para algo grande, coletivo, para uma ideia de sociedade; como, também, pessoalmente, individualmente… cada uma daquelas pessoas com quem tive contato, em cujas casas entrei, me moldaram não só como cidadão, mas também existencialmente, para a minha sensibilidade para com o outro, para as diferenças. Copacabana, né, um lugar onde tem tudo, muito. Esse foi o meu Censo.”
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- André Jung, ex-baterista das bandas Titãs e Ira!
O baterista André Jung, que mais tarde faria sucesso com as bandas Titãs e Ira!, dava seus primeiros passos na carreira musical e se valeu do Censo Demográfico para conseguir investir em novos equipamentos.
“Em 1980, eu fazia jornalismo na ECA [Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo], apesar de estar focado mesmo em estudar música. Minha carreira como músico ainda estava começando, mas eu já sabia que era essa a profissão que eu queria seguir.
Foi nessa época que vi uma notícia sobre o processo seletivo do IBGE para o Censo de 1980. Eu estava doido para comprar umas congas [instrumento de percussão] e o dinheiro que eu ganharia como recenseador seria perfeito. Então, me inscrevi na seleção, fiz o exame, passei, fui para o treinamento e comecei a trabalhar, aplicando os questionários em domicílios do bairro de Sumarezinho, em São Paulo.
Foi uma experiência incrível, que eu guardo com muito carinho. Tenho muito orgulho de ter atuado numa coisa tão importante para a nação quanto um recenseamento. Além disso, com o meu trabalho no Censo, consegui o dinheiro para as minhas congas! Elas já estavam sendo fabricadas, porque eram feitas sob encomenda por um artesão. E, eu fui buscá-las assim que recebi o dinheiro.
Essas congas acompanharam a minha carreira. Em abril de 1981, comecei a tocar no Titãs e gravei o primeiro disco deles. Eu era o baterista da banda, mas toquei percussão em muitas músicas. E, na faixa Querem Meu Sangue, que o Nando Reis canta, eu toquei um trechinho solo com as congas.”
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- Flávia Oliveira, jornalista e comentarista
Não foi exatamente visitando domicílios, mas a jornalista e comentarista Flávia Oliveira, que atua na Globo News, também já deu sua contribuição ao IBGE. Em 1986, quando cursava o último ano do ensino técnico em estatística, ela estagiou no órgão fazendo a revisão por amostragem de formulários censitários.
“Minha relação com o IBGE vem dos anos 80. Em 1984, eu comecei a estudar na Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE, ainda hoje uma unidade de ensino mantida pelo IBGE, mas que, naquela época, tinha um curso técnico de ensino médio, à época segundo grau. Eu fiz o segundo grau técnico em estatística, portanto tenho uma formação em estatística que, sem dúvida alguma, para mim foi determinante na entrada no jornalismo econômico.
A intimidade que a formação estatística me deu com números, com a capacidade de análise e de interpretação e de tabulação foi decisiva para a jornalista em que me transformei. Até hoje, os números e a produção estatística do IBGE são essenciais no meu trabalho como jornalista de economia e de temas sociais.
Em 1986, o último ano do curso técnico em estatística, eu estagiei na então sede do IBGE em Mangueira, no departamento de Economia. Eu fazia revisão por amostragem dos formulários do censo econômico. E, ao longo de toda a minha trajetória profissional – lá se vão 28 anos de jornalismo –, também usando as informações e a produção do IBGE para ancorar meu trabalho jornalístico.
A produção estatística do IBGE a partir do censo é elemento fundamental para o autoconhecimento da sociedade brasileira e, portanto, para o diagnóstico e elaboração e aplicação de políticas públicas.”
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