Como é ser policial feminina na PRF?
Batalhar para alcançar seu sonho é um caminho árduo, demanda coragem, dedicação e autoconhecimento, para saber onde você quer chegar independente das dificuldades.
As vezes ser policial feminina da Polícia Rodoviária Federal (PRF) pode ser trabalhoso, conseguir conquistar a confiança da família e amigos de que você irá dar conta da carreira, conciliar a vida com as rotinas de trabalho e estudo, situações que Renata Stefeneti passou e conta um pouco de como lidar com tudo isso.
A rotina de estudo para ingressar na PRF.
Renata Stefeneti é policial feminina da PRF, passou nas provas da Policial Federal e DEPEN, é coordenadora de carreiras policiais do Alfacon, professora e mãe. Sua jornada para conseguir a tão sonhada vaga foi trabalhosa, com poucas horas para estudar ela precisou de muita organização e determinação para organizar sua rotina de estudo:
“Eu trabalhava das oito horas da manhã até às 18h e tinha três horas para estudar durante a semana, das 19h até as 22h eu focava nos estudos e depois ia para academia até as 23h treinar para o Teste de Aptidão Física (TAF), durante os finais de semana conseguia dedicar cerca de seis horas para os estudos. Era uma rotina pesadíssima, afinal de contas precisava conciliar trabalho, estudo, academia, afazeres de casa, família, entre outros compromissos que surgiam. Diante das várias atividades, tentava otimizar ao máximo meu tempo de estudo”.
Organização do cronograma de estudo
O cronograma de estudo é fundamental para se organizar e saber quais matérias devem receber mais atenção para ter um melhor aproveitamento e aumento gradativo do aprendizado.
Renata conta que organizou sua preparação para se tornar policial feminina em três etapas:
- 1 – Assistir videoaulas e produzir seus próprios resumos, (que posteriormente se tornaram seu material de revisão e consulta);
- 2 – Focar nas revisões e resolução de exercícios;
- 3 – Ajustes. Aumentar a quantidade de exercícios e incluir os simulados, aumentando as revisões em partes do conteúdo que tenha maior dificuldade.
“Mesmo tendo o cronograma organizado, precisei fazer algumas mudanças durante a segunda etapa pois estava com dificuldades em algumas matérias. Dei um passo para trás e resolvi assistir novamente algumas videoaulas para assimilar melhor o conteúdo”. Conta Renata.
Mesmo estando avançada nos estudos, Renata entendeu que precisava voltar e revisar os conteúdos necessários.
Dificuldades para se tornar policial feminina
O caminho para se tornar policial feminina é árduo, tanto com os estudos e realização do concurso, quanto após a efetivação, segundo Renata:
“Antes de passar na PRF, eu realizar outras duas provas, da PF e DEPEN, e fui aprovado em ambos, mas essa aprovação não facilitou a prova física da PRF, quase fui reprovada, mas com o apoio dos demais alunos acabei conseguindo me formar como a melhor da turma”.
“Outro desafio no caso da PF, PRF e Depen são as lotações, normalmente em regiões diferentes das de origem do candidato. Eu mesma sou do Paraná mas fui lotada em Rondônia.”
As lotações são a forma de alocar os aprovados na PRF nos diversos estados do Brasil. As lotações tem período máximo de 3 anos, após esse tempo o policial pode solicitar transferência para outro estado.
Renata fala ainda das dificuldades do cotidiano:
“A profissão exige treinamentos constantes, condicionamento físico, preparo psicológico e disponibilidade. O policial atua nas mais diversas situações, desde auxílio a um usuário que está com carro quebrado na rodovia a situações de desastres, pandemias, criminalidade. É uma profissão desafiadora, mas muito gratificante.”
TAF para policial feminina
O último TAF teve as seguintes exigências:
- Teste de flexão em barra fixa;
- Teste de shuttle run (corrida de ir e vir);
- Teste de impulsão horizontal;
- Teste de flexão abdominal;
- Teste de corrida de 12 minutos
Renata orienta sobre conciliar o treinamento físico com o estudo teórico:
“Eu era completamente sedentária, no entanto, ao decidir seguir carreiras policiais entendi a importância da atividade física para conquistar uma vaga. Em razão disso, matriculei-me em uma academia no mesmo dia que iniciei o curso preparatório para concursos. Demorei cerca de quatro meses para conseguir fazer a primeira barra (na época era necessário realizar a barra completa). Também tinha bastante dificuldade na corrida. Precisei de muitos meses de treinamento para suprir minhas dificuldades. Felizmente valeu a pena, fui aprovada nos três TAFs que realizei (PF, PRF e Depen).”
Como ser aprovada como policial feminina
Hoje em dia existem diversas ferramentas e informações para se preparar com qualidade e conquistar a vaga no concurso público.
Renata compartilha a sua visão de por onde começar essa jornada:
“Na primeira parte desse caminho está o autoconhecimento, que consiste em saber qual é o seu real objetivo e o quanto você está disposto a se doar para conquistá-lo. Quem realmente acredita faz o que precisa ser feito, independentemente das condições”.
“Na sequência ORGANIZAÇÃO. Organizar os horários de estudo, trabalho e lazer. É extremamente importante conhecer as horas prioritárias, ou seja, aquelas horas em que o candidato irá efetivamente se dedicar à preparação”.
“Por último, e não menos importante, investir em bons materiais, que realmente sejam direcionados para a área e o cargo que o candidato deseja. Estar atento a essa etapa pode otimizar e acelerar os resultados, do contrário, pode custar anos e anos de preparação inadequada e ineficiente”.
Renata seguiu todos esses passos e mesmo com uma rotina extremamente difícil seu objetivo foi maior o que a motivou a ter determinação para persistir no seu sonho.
Ela termina com uma mensagem para as mulheres que pretendem se tornar policial feminina.
“Mulher, acredite em você. Acredite no seu objetivo. Acorde todos os dias decidida a vencer. Não será fácil, pelo contrário, todos os dias serão desafiadores. Você será desencorajada, será testada, será levada ao seu limite. Mas acredite em mim, desistir não é uma opção. Siga em frente, dia após dia. Você certamente é mais forte do que imagina”.
