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Ansiedade nos estudos: saiba como lidar

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e pesquisa global feita pela Universidade Estadual de Ohio (EUA) o Brasil é um dos países mais ansiosos do mundo.

Todos nós vivemos com inseguranças, medos e receios, que podem existir por diversos motivos. Talvez por um sonho que pode não ser alcançado, uma meta não batida, um planejamento que fugiu do controle, entre outros.

Para quem é estudante esses temores não são diferentes! Essa ansiedade no estudo deve ser levada muito em conta pois ela pode atrapalhar seu desempenho nos estudos e por consequência sua nota em alguma prova, simulado, reprovação para algum teste seletivo, etc.

Então para você compreender melhor o que pode estar acontecendo com seu cérebro e assim manter sua saúde psicológica para um melhor aproveitamento de estudo e uma melhor condição de vida, vamos apresentar a você um pouco sobre o que afeta mais, segundo a OMS, mais de 76 milhões de pessoas no mundo todo. A ansiedade.

O que é ansiedade?

A ansiedade é um sentimento de insegurança, apreensão, um temor, uma preocupação que se demonstra de maneira excessiva por algo que ainda não aconteceu ou que pode vir a não acontecer. Medo do futuro desconhecido!

Essa incerteza, muitas vezes irracional, de um futuro incerto e fora do controle, deixa a pessoa em alerta, fazendo com que ela não consiga se acalmar diante de alguma situação que o cérebro interpreta como ameaçadora.

Mas é preciso entender que ela funciona como um mecanismo de defesa do nosso corpo, ou seja, ela é fundamental para a nossa sobrevivência. Porque através dela entendemos que determinada situação pode ser prejudicial para nós.

Como surgem os transtornos de ansiedade?

No nosso cérebro nós temos as amígdalas cerebrais, elas são responsáveis pelo nosso sistema emocional. Dentro de muitas das suas funções, ela tem como principal a regulação das nossas emoções, memórias e recordações. Essa regulagem seria tanto para coisas agradáveis, quanto para coisas desagradáveis, por exemplo uma memória ruim como um trauma.

De certo modo é uma “alavanca de alarme”, onde a mesma joga impulsos para todo o nosso corpo para situações que podem nos causar perigo, dando origem ao nosso medo.

Nos transtornos ansiosos, a amígdala está muito em “desperta”, de um modo que o cérebro não consegue inibir, então o corpo vive com um medo excessivo, e quando isso acontece por situações que não necessariamente podem causar algum tipo de ameaça, podemos classificar como um transtorno de ansiedade.

Segundo a OMS, os países mais afetados pela pandemia de Covid-19 foram os que tiveram os maiores índices de desenvolvimento da ansiedade

Acesse: Vacinômetro mostra como está a vacinação contra covid-19 pelo Brasil

Medos mais comuns dos estudantes

Mesmo que o modo de como cada um lida com suas inseguranças seja único, quando filtramos os mais aparentes, podemos classificá-los em três tópicos:

🔸Medo do desconhecido 

Esse medo está ligado ao fato do estudante realizar uma prova pela primeira vez. Não conhecer o lugar onde realizará a prova, nunca ter feito antes. Por isso é um bom exercício realizar provas parecidas com a sua principal.

Para o estudante que fará um concurso específico por exemplo, é uma boa dica realizar provas da mesma área, que possuem as mesmas matérias que irão cair no concurso que é o seu foco. Porque a prática fará com que você se sinta familiarizado.

🔸Medo de não estar preparado

Este receio pode vir da dificuldade de reconhecer o seu esforço, o seu caminho de preparação para este momento importante onde seu conhecimento é testado.

Podemos dizer que o pânico em não estar preparado faz com que você estude ainda mais e se dedique ainda mais, claro que quando isso é feito de uma maneira saudável, respeitando seus limites, acaba sendo uma boa forme de realmente se sentir pronto para fazer a prova ou teste que você tanto almeja.

🔸Medo da importância da prova

A vontade de sair o melhor possível numa prova, ser aprovado, ter sua vaga garantida em uma universidade, concurso público, entre outros. É algo que todo estudante tem!

Essa ideia de imediatismo que todos os alunos possuem é algo que pode atrapalhar seu rendimento no momento da prova. Todos estão com o mesmo medo que você e cada pessoa lida com isso da sua maneira. 

📄Leia também: 7 Dicas de como estudar para o concurso Banco do Brasil

Sintomas mais comuns de quem tem ansiedade

📍Crise de pânico

📍Dificuldade de concentração

📍Medo de socialização

📍Tensão muscular

📍Problemas digestivos

📍Sensação de constrangimento

📍Insônia

📍Medo irracional

📍Perfeccionismo

📍Compulsão

📍Excesso de dúvida

Tipos de transtornos de ansiedade

Segundo a classificação do DSM 5 ( Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ou Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), os transtornos de ansiedade se subdividem em:

Selecione a aba e veja algumas informações

  • É o mais comum entre as pessoas;
  • Caracterizado por uma ansiedade e preocupação excessivas e frequentes, que podem trazer um sofrimento e prejuízo para a pessoa por pelo menos seis meses;
  • Pode vir acompanhado de outros sintomas como inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, distúrbio do sono e tensão muscular;
  • Estudos mostram que as mulheres são mais vulneráreis do que os homens quanto ao desenvolvimento desse transtorno.
  • Mais comum em crianças;
  • Tem como característica o medo de se separar por conta do apego emocional para com uma pessoa, lugar, objeto ou animais;
  • Limita suas atividades básicas independentes, por exemplo, não ir para a escola por falta da companhia ou no caso de adultos não conseguir ir sozinho para um supermercado. 
  • Também mais comum nas crianças;
  • As pessoas com o mutismo seletivo não conseguem interagir socialmente;
  • É comum que elas procurem um outro modo de comunicação que não seja a verbal, por exemplo uso das mãos.
  • É um medo irracional por algo que não é um perigo real;
  • Pode ser persistente, mesmo antes da situação acontecer, por exemplo um medo de andar de avião sem nunca ter embarcado em um;
  • Esse medo aparece de modo automático, diferente de quando alguém possui esse medo não patológico;
  • Outro exemplo é quando uma pessoa tem fobia de agulha e não consegue nem chegar perto de um hospital, que já é diferente de um medo não patológico e toma a agulhada mas com muito receio.
  • Ansiedade de ser julgado por outras pessoas, ter uma avaliação negativa perante a socialização com outros;
  • Pode aparecer em atividades comuns, como comer em um restaurante, andar numa praça, falar em público, entre outros.
  • Crise repentina de ansiedade aguda, geralmente está acompanhada de um medo muito intenso e desconforto tanto emocional quanto físico;
  • Isso tudo acontecendo junto e num período de tempo muito curto, vindo tudo de uma vez e muito rápido (com duração de 15 a 30 minutos);
  • Os sintomas físicos mais comuns são a falta de ar, tremor, tensão muscular, dor no peito, enjoo, tontura, calafrio.
  • Medo sem razão de sair de um lugar considerado por ela seguro, pela falta de confiança de que outro lugar será confortável para ela, ou que nesse novo local ela terá como escapar de um situação ruim, terá um apoio caso alguma coisa saia do seu controle;
  • Então podemos entender que a sua segurança é desproporcional ao perigo que pode vir a acontecer quando sair de seu local de segurança. Na maioria das vezes essa confiabilidade é sentida em sua própria casa.
  • Se da quando a pessoa faz o uso excessivo de substâncias como anfetaminas, cocaína, heroína, maconha, LSD, dose concentrada de cafeína, álcool, medicamentos ou outras substâncias tóxicas;
  • O usuário pode vir a ter o transtorno durante o uso ou após, por exemplo no dia seguinte;
  • Tem suas atividades diárias prejudicadas, por conta do ataque de pânico que podem acontecer.
  • É quando o paciente tem um medo de adquirir ou ter uma doença grave. Quando possuem algum tipo de sintoma físico a ansiedade pode vir a ficar ainda pior;
  • Por conta desse medo, o paciente verifica repetidamente como está a sua saúde, ou seja, realiza muitos exames e consultas médicas;
  • O diagnóstico para esse transtorno de ansiedade se dá quando os medos ou sintomas (se houver algum) persistem por mais de seis meses mesmo com uma avaliação médica com resultados negativos de qualquer doença;
  • O modo para tratar esse transtorno seria uma relação acolhedora entre paciente-médico e acompanhamento psicológico adequado.

A ansiedade pode ser boa?

Quando falamos que a ansiedade nos prepara, é em uma linha de pensamento de que ficamos o mais atentos possível quando estamos com medo ou aflitos. Nosso corpo nos prepara para “fugir ou lutar”.

Não podemos eliminar a ansiedade pois como já dissemos, ela é fundamental para a nossa sobrevivência, porém quando está sem controle, ela se torna uma ameaça, uma doença para nossa mente.

Para um estudante que não possui ansiedade durante a realização de uma prova ele pode ficar muito perdido por exemplo, desligado para alguns detalhes durante a resolução das questões. Já para um aluno que possui um transtorno de ansiedade, pode também ser prejudicial pelo motivo dele não conseguir realizar a prova da melhor forma devido o corpo estar em um elevado nível de estresse, gerando assim uma complicação durante a resolução de exercícios.

Dicas gerais para lidar com a ansiedade nos estudos

🔹Respeite sua jornada e seus limites

Entender o seu limite para quem é vestibulando, concurseiro ou estudante para outra modalidade de prova, é algo que não costuma ser respeitado. Mesmo seu foco e seu objetivo sendo tão importantes para moldar o resto da sua vida, é de extrema importância que o estudante tenha um respeito quanto a sua saúde psicológica e física. 

Ter uma boa alimentação, se hidratar, dormir bem, ter seus momentos de lazer, também são partes essenciais para que seu plano de estudos tenha um bom aproveitamento, pois sua capacidade de absorção de informações dependem de uma boa condição mental e corporal.

Cada estudante é individualmente único, por isso cada um tem seu tempo e seu modo de entender as coisas, então respeite a sua jornada de estudos, terão dias que você vai estudar mais e dias que estudará menos. Porém só você tem a capacidade de saber como será o melhor jeito de melhorar seu rendimento.

🔹Acompanhamento psicológico 

Ele ajuda a administrar e entender seus medos, angústias, receios, tempo, entre outros fatores. E tudo isso influenciará num aperfeiçoamento de outros setores da sua vida. Além disso, pode aprimorar seu modo de pensar e seu comportamento, coisas fundamentais para uma saúde mental.

Dessa forma o seu desenvolvimento de potencialidades e seu autoconhecimento serão peças fundamentais para uma melhor condição de vida e junto a isso, melhores resultados na vida estudantil.

O acompanhamento deve ser feito por um longo período para que os resultados sejam vistos com mais frequência e suas barreiras, como por exemplo a ansiedade nos estudos, sejam facilmente superadas.

🔹Faça exercícios físicos

Além de melhorar sua qualidade de sono, sua disposição para o dia a dia e sistema imunológico, o exercício físico melhora o seu estresse, algo que anda lado a lado com a ansiedade.

Esse alívio de sintomas se dá por conta de a prática de exercícios físicos ajudarem na produção de serotonina e endorfina no corpo, que são neurotransmissores com a finalidade de aumentar a sensação de bem-estar e prazer.

Alguns dos exercícios físicos que você pode começar agora mesmo para melhorar a sua ansiedade são: andar de bicicleta, correr, caminhar, meditar, alongar e dançar.

Procure ajuda!

Agora que mostramos um pouco sobre o transtorno de ansiedade e como ele pode vir a ocorrer durante seus estudos, é necessário que você busque ajuda caso passe por esse problema.

Quando alguma doença não é tratada ela pode vir a piorar, assim como a ansiedade. Então agora, com todas essas informações, é aconselhável o acompanhamento psicológico como uma das peças do tratamento e para procurar evitar o desenvolvimento deste transtorno.

Clique aqui e veja as cinco melhores dicas para controlar a sua ansiedade nos estudos

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